Só Templates

Créditos



Layout by



terça-feira, 21 de setembro de 2010

PRESSAO NO TRABALHO III

Depressão X Trabalho

Um estudo envolvendo 1.000 participantes com 32 anos de idade revelou que 45% dos casos novos de depressão ou ansiedade apresentados no grupo estavam associados à alta pressão no trabalho.

Os pesquisadores definiram um trabalho estressante como aquele onde o profissional não tem controle sobre sua rotina, trabalha longas horas, com prazos não negociáveis e grande volume de trabalho.

O estudo, publicado na revista Psychological Medicine, sugere que o empregador precisa fazer mais para proteger a saúde mental dos trabalhadores.

A equipe do King’s College, em Londres, trabalhando com pesquisadores da Dunedin Medical School da University of Otago, na Nova Zelândia, entrevistou homens e mulheres com 32 anos de idade que estão participando de um estudo de longo prazo, o Dunedin Study. [BBC]

O estudo intitula-se Feeling the pressure: work stress and mental health. E a reportagem continua com prescrições dos autores sobre melhores condições de trabalho:

Richie sugere que é importante aliviar o estresse neste grupo, e aponta caminhos:

"Estudos interventivos mostram que há pelo menos duas abordagens produtivas para se reduzir o estresse no trabalho", ele diz.

"É possível ensinar as pessoas a lidar com situações estressantes por meio de aconselhamento psicológico ou você pode mudar o trabalho de forma a diminuir as pressões."

(…) Comentando o estudo, o especialista em psicologia e saúde Cary Cooper, da University of Lancaster, na Inglaterra, disse que empregos estão se tornando cada vez mais estressantes.

"Temos de fazer as pessoas trabalharem com mais flexibilidade, tirando vantagem da tecnologia ao invés de deixá-las no escritório por longas horas".

"Também temos de fazer o gerente se comportar de um jeito diferente - gerenciar pelo elogio e recompensa ao invés da punição e entender que as pessoas precisam sentir que têm controle sobre seu trabalho".

Antes que seja divulgado por essas bandas, é importante notar como esse tipo de estudo é curioso. Ele se situa na cruzada dos dois caminhos.

De um lado, como vemos nas prescrições dos autores, são propostas intervenções no ambiente de trabalho, para redução do stress. O pensamento é o seguinte: trabalhadores sob pressão tendem a deprimir; pessoas deprimidas rendem menos no trabalho; logo, as relações de trabalho devem ser mais produtivas, e com menos pressão, para que os próprios funcionários rendam melhor, e não tenham (de seu lado) prejuízos subjetivos maiores.

Esse tipo de visão pertence a um contexto bem específico: locais onde o ser humano é (minimamente) respeitado, a justiça funciona, as relações trabalhistas legais são visivelmente aplicadas, e o contexto do desemprego não chega a níveis alarmantes.

Por outro lado, é interessante notar que, mudando o contexto, esse tipo de intervenção se desloca. Intervenções focadas no ambiente de trabalho tendem a perder seu valor quando há um excedente grande de desemprego, quando relações trabalhistas legais não são fiscalizadas, os salários são baixos pela competição no mercado, o próprio mercado não obedece propriamente à livre-iniciativa, e por fim, quando - por todos esses fatores - o emprego tende a ser instável.

Para isso, basta ver um grande número de profissões em que a alta pressão é diretamente relacionada à alta rotatividade, e ao grande número de profissionais ociosos no mercado: os salários diminuem, a rotatividade é alta, há sempre outros profissionais disponíveis… E podemos ver muito bem as consequências psicológicas disso.

Sem contar como o alto índice de desemprego e informalidade contribuem para bons estudos sobre depressão e pressão.

Fonte: http://catatau.blogsome.com/2007/08/06/depressao-e-pressao-no-trabalho/

Nenhum comentário:

Postar um comentário