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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Enxaqueca com aura eleva risco de morte

Dor de cabeça acompanhada de distúrbios visuais indica maior chance de óbito por doença cardíaca ou qualquer outra
Estudo avaliou 20 mil pacientes por 26 anos e sugere uma relação genética entre a doença e falhas circulatórias

Pessoas que sofrem de enxaqueca com aura -quando a dor vem acompanhada de sintomas visuais- têm mais risco de morrer de qualquer causa do que aquelas que não têm dores de cabeça crônicas ou que sofrem do tipo sem aura.

O dado é de um estudo que acompanhou quase 20 mil homens e mulheres durante, em média, 26 anos na Islândia, publicado no "British Medical Journal".

Vários estudos têm sugerido uma associação entre enxaqueca, particularmente a do tipo com aura, e um aumento de risco para doenças cardiovasculares. No entanto, segundo o artigo, poucos trabalhos têm avaliado a relação da doença com a mortalidade por qualquer causa.

De acordo com os autores, vários mecanismos podem estar por trás do efeito, mas nenhum foi comprovado.

Um desses mecanismos sugere uma relação genética entre enxaqueca e problemas circulatórios, outros apontam a enxaqueca como uma doença sistêmica, que pode levar a comprometimentos vasculares.

MAIS SENSIBILIDADE

Segundo o neurologista Abouch Krymchantowski, do Centro de Avaliação e Tratamento da Dor de Cabeça, no Rio de Janeiro, na enxaqueca com aura há alteração no funcionamento dos vasos. "Os pacientes com essa forma de enxaqueca têm maior sensibilidade a fenômenos isquêmicos. Quem tem esse diagnóstico não deve fumar, usar pílula nem ser obeso e sedentário. Além disso, deve fazer acompanhamento com neurologista."

"Essa é uma relação conhecida. A enxaqueca tem vários genes envolvidos com potencial lesivo aos vasos. Por isso quem tem enxaqueca tem mais risco de AVC ou de demência vascular", completa o vice-coordenador do departamento de cefaleias da Associação Brasileira de Neurologia, Claudio Brito.

No entanto, os próprios autores reconhecem que a dor é um fator de risco cardiovascular menos importante do que os outros já estabelecidos, como tabagismo, diabetes ou pressão alta.

Estima-se que a enxaqueca atinja 20% das mulheres e 10% dos homens. Um estudo recente, feito no Brasil, revelou uma prevalência de cerca de 15%. Mulheres são a enorme maioria das vítimas.

A enxaqueca com aura acomete cerca de 14% dos portadores de enxaqueca.
 
Fonte: Folha de S. Paulo - GABRIELA CUPANI

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