Só Templates

Créditos



Layout by



quarta-feira, 15 de junho de 2011

VACINA PARA OS HOMENS

Depois de 13 anos de uso liberado para mulheres na rede privada, os homens também podem optar pela vacina quadrivalente para se proteger do HPV, vírus causador, no caso deles, do câncer de pênis, ânus e verrugas anus-genitais, conhecidas como crista de galo. A aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) da vacina contra o HPV para homens pode ajudar a reduzir a quantidade de vírus circulante entre os homens. Estudo norte-americano mostrou que mais de 50% dos homens entre 18 e 70 anos no Brasil estão infectados pelo vírus.
São indicadas três doses para a imunização, totalizando cerca de R$ 900 (R$ 300 a dose) para homens com idades entre 9 e 26 anos. A medida e a vacinação em massa (imunidade de grupo) de mulheres,são apontadas, por infectologistas, como alternativa mais eficaz contra o câncer de colo de útero, o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres. De acordo com os dados do Instituto Nacional do Câncer, são cerca de 500 mil novos casos por ano. No Brasil, o risco estimado é de 18 casos a cada 100 mil mulheres. A vacina estava disponível na rede particular para as mulheres desde 1998.
No entanto, a inclusão da vacina no sistema público de saúde está em discussão. As mulheres seriam as primeiras a serem vacinadas. De acordo com a professora da Santa Casa de São Paulo e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Luísa Villa, os homens se vacinarem não é apenas um ato altruísta, mas uma maneira efetiva de resguardar a própria saúde. “A vacina os protege contra infecções, doenças anal, genital e na cavidade oral-orofaringe”, pontua.
Os especialistas reforçam que a possibilidade de o homem se vacinar, indiretamente, também é uma maneira de proteger as mulheres, uma vez que o contágio ocorre pelo contato sexual, mesmo com o uso de preservativo. “É uma responsabilidade compartilhada. Ambos participam da cadeia de transmissão”, comenta Luísa.
Como o uso do preservativo confere uma proteção de 60% a 70%, a vacina é a forma de prevenção mais eficaz contra os tipos mais graves do HPV (6 e 11, responsáveis por 90% das verrugas anus-genitais, e 16 e 18, que causam a maioria dos cânceres de colo de útero e pênis).
O vírus, por ser um dos principais causadores do câncer de colo de útero, está bastante associado às mulheres, mas também pode ser altamente prejudicial aos homens. “O papel do homem é destaque na transmissão, mas o HPV também pode causar doenças no homem”, diz o infectologista e professor do curso de medicina da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais José Geraldo Leite Ribeiro. A infecção pelo HPV está relacionada a cerca de 40% dos casos de câncer de pênis e de 30% a 40% dos de câncer anal em homens. Para se ter uma ideia, oito em cada 10 indivíduos sexualmente ativos entrarão em contato com o vírus no decorrer de suas vidas.
Estudos científicos demonstram que a vacina ajuda o homem a produzir anticorpos e não causa eventos adversos. Em razão dos efeitos satisfatórios – tanto de proteção quanto e de não aparecimento de efeitos colaterais –, nos Estados Unidos, a vacina não só foi liberada pelo Food and Drug Administration (FDA), órgão que regulamenta o uso de medicamentos e alimentos, como foi incorporada ao calendário de vacinação de rotina.
No mercado brasileiro, existem duas vacinas contra o HPV: a quadrivalente, que protege contra os vírus 6, 11, 16 e 18, e a bivalente, que protege contra os vírus 16 e 18. No entanto, o fabricante da vacina bivalente não recomenda o uso para homens.

O VIRUS
Os HPV são vírus da família
Papilomaviridae, capazes de provocar lesões de pele ou mucosa. Na maior parte dos casos, as lesões têm crescimento limitado e habitualmente regridem espontaneamente.
Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV. Eles são classificados em de baixo risco de câncer e de alto risco de câncer. Somente os de alto risco estão relacionados a tumores malignos.

Incidência
A infecção por HPV atinge cerca de 630 milhões de pessoas no mundo. Estima-se que os tipos 16 e 18 do vírus causem de 40% a 50% dos cânceres vulvares e 70% dos cânceres vaginais, bem como 85% dos casos de câncer anal.

Sintomas
O HPV pode permanecer no organismo sem qualquer sintoma por meses e até anos. Os tumores malignos, por exemplo, podem demorar de 10 a 20 anos para se desenvolver.

Contágio
A probabilidade de contágio também é alta. Varia de 50% a 80% e o vírus pode ser transmitido mesmo que esteja latente (sem manifestação visível).

Vacina
A vacina quadrivalente contra o HPV é administrada em três doses, com aplicação intramuscular. A primeira pode ser aplicada em data escolhida, a segunda dose é administrada dois meses depois da primeira e a terceira dose, seis meses depois da primeira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário