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quarta-feira, 9 de março de 2011

FARMACÊUTICAS LUCRAM COM OS MIP's

Empresas como Sanofi-Aventis, Boehringer Ingelheim do Brasil e Bayer enfocam na segmentação dos seus produtos para elevar as vendas de medicamentos isentos de prescrição médica (MIPs), do inglês over-the-counter (OTC). No próximo ano, a Sanofi-Aventis investirá R$ 77 milhões para consolidação do seu portfólio, que conta com 12 produtos, incluindo reformulação de embalagens e lançamentos.

Líder na área de medicamentos isentos de prescrição, com 10,8% de market share, a companhia aposta no Dermacyd, sabonete líquido íntimo, que fechará este ano com vendas de R$ 35 milhões. “Trata-se de um produto que cresce de 40% a 50%, ao ano, em termos de vendas”, afirma Andréa Bó, diretora da linha Personal Health Care da Sanofi-Aventis. Apesar do bom desempenho, a executiva afirma que este tipo de item ainda é pouco explorado no Brasil. “Enquanto na Europa e nos Estados Unidos, 25% das mulheres adquirem estes sabonetes, no País, este percentual é de apenas 4%”, completa.

Além dele, o Naturetti, regulador intestinal, também sofrerá modificações. “Fazemos um bom balanço de investimentos no ponto-de-venda e com a classe médica”, avalia Andréa. A expectativa da Sanofi-Aventis é crescer, este ano, de 12% a 15% no segmento de MIPs que registrou R$ 350 milhões em vendas, em 2004. “Atualmente, produzimos, na unidade de Suzano (SP), 200 milhões de unidades de produtos isentos de prescrição”, afirma. O Dorflex segue como principal MIP da Sanofi-Aventis, respondendo por 30% das vendas da empresa. “Com ele, esperamos atingir um crescimento de vendas de 10%, o equivalente a R$ 130 milhões, neste ano“, revela. De acordo com Andréa, o produto sofrerá modificações que podem abarcar desde a embalagem até a ampliação de linha.

A Boehringer Ingelheim deverá crescer de 8% a 10% em MIPs, em relação aos R$ 80 milhões verificados no ano passado, e planeja lançar uma linha exclusiva para o medicamento carro-chefe da empresa: o analgésico Anador. “Estamos fechando o projeto para atualizar as inovações deste produto, que deverá chegar ao mercado consumidor em 2006”, afirma Ricardo Hernandez, diretor de Marketing e vendas da divisão consumo da companhia. O Anador representa 3 milhões de unidades vendidas por ano — toda a linha de isentos de prescrição da Boehringer soma 14 milhões de unidades. De acordo com o executivo, a empresa estuda novos modelos de negócios, como trabalhar com outras categorias de medicamentos. “Já atuamos fortemente em analgésicos e antiespasmódicos (Buscopan). Agora, focaremos em outros produtos”, diz Hernandez. Atualmente, os medicamentos são produzidos na unidade de Itapecerica (SP). “A fabricação da empresa gira em torno de 75 milhões de unidades por ano”, afirma.

A Bayer, que ocupa o terceiro lugar no ranking das empresas farmacêuticas de MIPs no Brasil, trabalha para chegar à liderança deste setor, e aposta na categoria de medicamentos dermatológicos e multivitamínicos. Segundo Humberto De Biase, gerente de Marketing da linha Consume Care da Bayer, estes dois setores apresentam potencial de crescimento no País e, por isso, deverão receber lançamentos nos próximos anos. Atualmente, os produtos dermatológicos representam 12% das vendas de MIPs da companhia; já as vitaminas, 50%: destaque para o Redoxon (linha para prevenção e tratamento das deficiências de vitamina C). Os isentos de prescrição somam, hoje, cerca de 60% dos negócios da Bayer na área de saúde humana. “Este ano, deveremos crescer acima do mercado, ou seja, mais de 6%”, afirma Biase sem citar valores.

Regulamentação

A Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip) busca ao segmento, que representa 30% da indústria farmacêutica do País (R$ 4 bilhões), um projeto de lei que atenda às necessidades deste tipo de medicamento e não apenas a Resolução RDC 138/00, que identifica os produtos por categorias terapêuticas. Para Nelson Augusto Mussolini, presidente da entidade, é preciso consolidar a legislação quanto à questão da propaganda, o controle de preços dos medicamentos e a tributação. Entre os pleitos da indústria dos MIPs, está a extinção do controle de preços dos medicamentos praticado pelo governo. Atualmente, apenas 30% destes produtos não sofrem interferência do poder público “A livre concorrência do mercado vai estimular preços mais competitivos”, avalia Mussolini. A entidade mantém ainda conversações, via a Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma), com o governo federal para a redução de tributos que, atualmente, equivalem a 28% do valor dos itens, o que significa um desembolso de R$ 1 bilhão por ano pelo setor.

“O Brasil possui o maior custo de comercialização de medicamentos no mundo, quase que o dobro de países europeus”, cita. O ideal, de acordo com Mussolini, seria uma redução para 7% do Imposto de Circulação e Mercadorias e Serviços (ICMS). Na sua avaliação, menos tributos implicariam na diminuição da informalidade do setor.

Já com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o objetivo é criar regras mais rígidas para a veiculação de propagandas e confecção das embalagens dos MIPs. “A semelhança das nossas embalagens com as dos medicamentos genéricos é muito grande, o que pode induzir ao erro do consumidor”, diz. Davi Rummel, diretor adjunto da Anvisa, acredita que um projeto de lei “só engessaria o processo, já que os procedimentos para atualização das resoluções são mais fáceis.”

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