As ações da Hypermarcas fecharam em queda ontem, entre as maiores perdas do Índice Bovespa, pressionadas pela expectativa da venda organizada de um bloco de ações detido pelos ex-donos da Mantecorp. A operação pode movimentar cerca de 6% do capital da empresa e girar entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão no mercado.
Os antigos donos da Mantecorp, adquirida pela Hypermarcas em dezembro, estão desde segunda-feira livres para vender essa fatia de ações que ainda detêm.
A compra do laboratório pela Hypermarcas foi uma operação de R$ 2,5 bilhões, dos quais R$ 600 milhões foram pagos em dinheiro e R$ 1,9 bilhão em ações. Desse total, R$ 1 bilhão já foi vendido no ato da aquisição, por meio de um leilão organizado em bolsa.
Ontem, as ações da Hypermarcas caíram 2,65%, para R$ 20,55 - a segunda maior desvalorização na carteira do Índice Bovespa. A companhia encerrou o dia valendo R$ 12,8 bilhões.
A parcela de ações em poder dos antigos donos da Mantecorp estava travada para venda até domingo. A partir de agora, a operação pode ser feita a qualquer momento, mas não há um prazo para que isso ocorra.
A expectativa do mercado é que a venda saia rapidamente. Contudo, conforme foi combinado no ato do negócio, a operação será organizada pela própria Hypermarcas, após ser notificada pelos acionistas vendedores.
Segundo a assessoria de imprensa da companhia, até o momento, não houve nenhuma notificação. Após ser acionada, a Hypermarcas ainda tem mais 90 dias para organizar essa venda.
A expectativa dessa colocação, segundo investidores, está pesando nas ações desde que a compra da Mantecorp foi anunciada, em 19 de dezembro. De lá para cá, as ações da empresa caíram 16,6%. No ano, os papéis acumulam desvalorização de 8,79%, comparado a queda de 3,12% do Ibovespa.
O mercado dá como certa a venda dessa fatia pelos acionistas vindos da Mantecorp. Isso porque, diferentemente de outras operações pagas parte em ações e parte em dinheiro, nesse caso os ex-donos da empresa adquirida não integraram o acordo de acionistas da Hypermarcas e imediatamente manifestaram o interesse pela troca da posição por dinheiro.
fonte: Valor Econômico, Graziella Valenti
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